Escola Apolinário estará apresentando evento artístico nos próximos dias. O "Apolinartes" é segundo os alunos como uma mostra de talentos, no qual estes são avaliados pela sua capacidade artística e de expressão. Os alunos estarão apresentando coreografias, declamações, músicas acústicas, amostra de desenhos e mandalas, entre tantas outras formas de expressões.

                 As professoras tem se mostrado empolgadas, planejando o evento com todo o cuidado para que os alunos pudessem aproveitar.
                 Para muitos, o Apolinartes é nada mais nada menos do que a chance do aluno conseguir mostrar seu potencial, já que nem todos alunos acolhem de braços e mente aberta a metodologia conservadora de aprender decorando e sentando em filas. Tal como dizia Albert Einstein "Todo mundo é um gênio; mas, se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvore ele vai gastar toda sua vida acreditando que é um estúpido", a escola acredita que métodos diferenciados de avaliação servem para não só aproximar alunos e professores como para mostrar o potencial dos mesmos e por isso tenta tanto investir em atividades extracurriculares como Mostras Científicas e tantos outros eventos como o Cine Trash que ocorreu na UCS esse ano e até mesmo o Apolinartes. Os alunos interessados de alguma forma sempre participam e muitas vezes surpreendendo a todos.

O evento iniciará amanhã, 17-11-16, no turno da manhã.

           O Grêmio estudantil somente este ano realizou muitos feitos na escola, desde a luta para conquistar os 40milhões de reais em verba para escolas do Rio Grande do Sul, à uma festa "agostina" para arrecadar fundos.
           Um dos ganhos da ocupação que o Grêmio conquistou, foi uma sala para o mesmo, para que este pudesse se reunir e tratar de seus afazeres na própria escola, pois mesmo tendo salas vazias no Apolinário até então se julgava "impossível". A sala que o Grêmio conquistou foi um vestiário inutilizado, que precisava de reformas urgentes para que assim pudesse fazer um canto apropriado para a parte política da escola: o grêmio estudantil. 

       "Agora com uma sala, creio que nós conseguiremos atender melhor a demanda de mensagens e problemas que nos delatam todos os meses. Para a maioria dos alunos do Ensino Fundamental o Grêmio Estudantil é uma parte invisível, com a qual eles não sabem que podem contar. Tendo uma sala na qual eles sabem que se nos procurarem lá alguém vai atender e escutar o que está acontecendo, será muito mais fácil de os atenderem. Os pequeninos passam por muitas coisas que muitas vezes não querem tratar diretamente com a direção e o Grêmio está aqui para isso, para elevar a voz dos alunos até que esta possa ser ouvida" -diz integrante do Grêmio Estudantil

       Com dinheiro arrecadado pelos esforços dos próprios alunos, sobre a direção de Júlia Carolina, o grupo então começa finalmente suas reformas e contam com a precisão de que a mesma logo estará acabada. Sabemos que uma hora o Grêmio mudará seus integrantes e uma nova chapa assumirá, mas o legado que este deixa para a escola ficará por muitos e muitos anos, para que os próximos alunos consigam tirar proveito.

Após em 2015 a escola Apolinário ter virado alvo do jornal e da tv por ter conseguido 4°lugar na área de Medicina e Saúde e credenciamento para apresentações no México pela feira científica MOSTRATEC que ocorre em Novo Hamburgo, em 2016 a escola não poderia deixar de comparecer ao evento novamente.

Renan Monteiro, estudante do terceiro ano, conseguiu 2º lugar na área de  Medicina e Saúde,  credenciamento e inscrição para FAST - I Giovani e le Scienze em Milão, Itália e credenciamento para Expo Science Internacional, Esi Mundi - MILSET, no Ceará. Após ter conseguido 1° lugar Geral e 1° na área de seu trabalho na IV MostraIFTEC, estudante se mostra muito orgulhoso e diz ter sentido "uma alegria tão grande que transcende o espaço-tempo". 
     As mostras de conhecimento científico vem sendo alvo da escola há alguns anos, quando os professores notaram o potencial e a capacidade dos alunos em apresentar trabalhos com metodologia cientifica, desde então, ano após ano, a escola vem se destacando e mostrando os gênios por trás das classes. 

  Logo após voltar da ocupação com todo gás o pessoal do Ocupa Apolinário incentivou ao Grêmio da escola e à direção a fazer uma festa junina/julina, mas com a falta de tempo e os preparatórios para a Multifeira 2016, a festa acabou sendo adiada para o dia 13 deste mês.

"Sentimos que o que importa é a diversão independente se é julina, junina ou agostina, aqui no Apolinário não é comum ter eventos abertos ao público, por isso queremos dar nosso melhor na organização, para que seja muito bem aproveitada" - diz aluno da organização.

      Cartazes foram espalhados pela escola durante todo o mês de julho em letras garrafais dizendo "Venha participar do nosso arraiá" convidando os alunos e os incentivando a contribuírem com brindes, alimentos e tudo o que pudessem.
      Aluno da tarde, no 6° ano comenta "É muito legal ter esse tipo de coisa na escola, em todas escolas que já estudei sempre teve festa junina e quando vim para o Apolinário e soube que não tinha achei esquisito". 
     No sexto ano da Escola Apolinário, Luiz Vinícius Carvalho diz que já gostou muito da ideia e seus colegas, assim como os alunos tarde também aprovaram.  Alunos da manhã também estão empolgados com a preparação, como a aluna do 1° ano do Ensino Médio, Thalya Rech, que comenta estar ansiosa e feliz em estar participando disso tudo.

"Acho importante revivermos o espírito da festa que a muito tempo foi deixada de lado, É gratificante pra nós sabermos que as crianças e até mesmo nós adolescentes ficamos ansiosos para o dia da festa, saber que vamos poder todos juntos nos divertimos e dar boas risadas, a escola e nos em si precisamos disso."-aluna do 1° ano

      Vendo a empolgação e a correria de Júlia Carolina, a presidente do Grêmio Estudantil, alunos e alunas da organização como Karol Motta e Natalia Macedo convidam todos a participarem, pois o evento contará com tudo que um arriá tem direito, comidas típicas, jogos, brechó, brindes, rifas e muita diversão e o melhor, os fundos serão usados para o bem da escola.

Lembre-se é aberta ao público! Convide os amigos e venha participar no dia 13!

                  Após semanas de resistência, onde os alunos ocupantes da escola Apolinário passaram por muitas experiências, tanto boas quanto ruins, entre todos os episódios inusitados chegou-se o dia de novamente tentarmos negociação. Entre todas as vezes em que fomos convocados à 4ª CRE, saímos de lá assim como entramos, obstinados e cientes dos nossos direitos, mas sem acordo algum; entre todo o ludibriamento e tentativas falhas de nos fazer ceder, ou cansarmos da nossa luta, Júlia Carolina, a presidente do Grêmio Estudantil, juntamente com os alunos ocupantes da escola, parte do Comando de Ocupação mostraram-se firmes e foi graças a isso que finalmente avisamos que a ocupação chega ao fim. Nós conseguimos o que queríamos, todas as pautas foram atendidas e o governo disponibilizará 40 milhões de reais para investimentos na educação do Rio Grande do Sul, visando assim o melhoramento de escolas, infraestrutura e qualidade de ensino. A escola estará liberada na quinta-feira, no entanto, professores ainda estarão em greve. 
                O Grêmio Estudantil Apolinário agradece o apoio recebido pela comunidade, agradecemos a Pastoral Sagrada Família, que nos apoiou, fez-nos visitas, doações e prestaram apoio emocional aos alunos; agradecemos aos pais que vieram trazer alimentos e auxílio; a todas organizações que nos disponibilizaram ajuda financeira para comprarmos mantimentos; aos alunos que participaram das oficinas e nos apoiaram, mesmo não estando aqui; a Branca que nos disponibilizou equipamentos para que formássemos a Rádio Ocupa Apolinário e todos demais, que não cabem em uma só lista. 

                Continuem acompanhando o movimento do Grêmio Estudantil Apolinário, a escola está começando a mudar, e ficará muito melhor! 

         Estamos ganhando visibilidade! Veremos o que esta oportunidade renderá para nós, com certeza, serão bons frutos. Role para baixo e leia o que aconteceu:

           Em um dia qualquer, Júlia, a presidente do Grêmio Estudantil, recebeu uma carta, onde uma senhora a convidou a participar de uma reunião, que aconteceria pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação em Brasília, entre os dias 5 e 8 de junho.

   O grande objetivo de tê-las e tê-los conosco é que a nossa rede manifesta total apoio ao movimento das ocupações nas escolas públicas e reconhece a grande importância de ouvi-las e ouvi-los em nossos debates sobre qualidade da educação e luta. Queremos ouvir de vocês todas as suas experiências de luta e, principalmente, o que consideram fundamental na escola, tanto em termos de infraestrutura como gestão, participação. Queremos ouvir o que de novo surge com esse o movimento das ocupações e o que vocês gostariam de falar para nós, ativistas pelo direito humano à educação. — Aponta  

            Ao reunir-se com o Comando de Ocupação e conversar sobre a oportunidade, decidiu se compareceria ou não e ao receber total apoio, optou por acabar indo. Neste mesmo dia portanto, Júlia embarca para Brasília, onde participará nos dias 07 e 08 de audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal sobre a Semana de Ação Mundial 2016 – monitoramento do segundo ano do Plano Nacional de Educação PNE (13.005/14).  Durante o dia 6, Júlia comparecerá a uma reunião onde irá expor a real situação das ocupações, como e por que elas acontecem, entre outras dúvidas comuns; juntamente com outro aluno representante de uma escola também de Caxias do Sul. Essa campanha acontece desde 1999, que foi quando ela foi criada, a reunião contará com representantes de escolas do Brasil inteiro, sendo representado cada estado.

Conheça mais sobre acessando o link: semanadeacaomundial.org

  Depois de muita conversa, por motivos de segurança e funcionamento, fechamos os portões. Agora só entra aqui quem for a favor da ocupação, quem estiver do nosso lado. Para que não aconteçam mais barbáries como a que vou lhe contar.

 É com muito pesar que hoje venho lhes falar. Como ajudante do Grêmio Estudantil, tenho participado de muitas das reuniões, tal como da ocupação, com mais afinco; tenho percebido de perto o esforço de todos os integrantes deste, a persistência, a vontade de lutar, o esforço, diferentemente de muitos que estão a julgar, sem base em fato algum, com argumentos infundados e mentirosos. Desde que comecei a apoiar a ocupação, fui chamada de muitas formas, de vagabunda, de desocupada, de má aluna, mal educada e coisas piores, fui chamada de muitos nomes, por pessoas que nem me conheciam, esses xingamentos não condizem com a verdade. Porque são apenas opiniões, pré-conceitos, jamais argumentos ou verdade universal. Em nenhum momento nós, estudantes, partimos para a violência, em nenhum momento sequer alteramos o tom de voz, tudo por nós seria resolvido com base no diálogo e foi, pelo menos na parte que nos toca. Ainda assim, fomos xingados, fomos agredidos, fomos lesionados. Um senhor furioso adentrou a escola, armado com uma barra de ferro e correntes na mão, como portador de toda verdade do mundo, apontou dedos, xingou, berrou o mais alto que pode, para mostrar que se sobressaía; fitou nos olhos de todos, partiu para cima de alguns, agrediu a professora, bateu em um dos alunos, continuou, até que desistimos de qualquer conversa, queríamos apenas fechar os portões; ligamos para a polícia, ela não vinha, não chegava, nunca; lesionado, por uma barra de ferro e correntes que alternaram ao lhe bater, um de nossos melhores alunos e integrante do Grêmio, juntamente com todos ali presentes, ficaram sem chão. Esse senhor que se dizia "pessoa de bem", diferentemente de nós, que éramos apenas "maus alunos"- segundo ele, nos fez repensar sobre o que seria uma pessoa de bem. Seria aquela que julga? Que não argumenta, pela falta de argumentos e xinga, como forma de resposta? Que repete discursos de outros, como única verdade, sem procurar saber mais? Que é violento, agride, ameaça, lesiona? Aquele que parte para cima de uma mulher, arranca-lhe o celular das mãos e ameaça-a descaradamente? Aquele que sem motivo algum, bate em um aluno, xinga-o, sem nem conhecê-lo? Será mesmo que os irresponsáveis somos nós, os adolescentes? Será mesmo que somos tão errados? Por querermos uma educação melhor, por querermos requirir um direito nosso, uma escola de qualidade e justiça? Seríamos nós os errados? Por querermos conversar, lidar com tudo da forma mais educada o possível? Por favor, antes de tecer uma resposta, uma opinião ou pré-conceito, pergunte-se antes, reflita. Hoje estou aqui não como ajudante do Grêmio, mas como aluna, como filha e como pessoa, não tema a resposta que tiveres ao refletir. 

  E  quanto a nós, continuaremos na luta.